segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

e são luzes de natal, promessas de um ano melhor, um tom amarelado e olhos cravejados de lágrimas. o vento entra e agita os sinais de manjushri pelo meu quarto. não sei quanto tempo ainda posso suportar isso, não sei por quanto tempo aguentarei tamanho peso nas minhas costas. carregar o mundo não é fácil, principalmente quando tu estás em situações de extrema fragilidade. ossos fracos, olhos cansados e um coração chorando. chorando porque esse mundo é cão, porque se está sozinha (completamente solitária), porque não existem amigos e porque o tempo parece escorregar das mãos. não existe mais lugar no qual me sinta em casa, não existe um par de olhos verdadeiros ao meu redor. eu gostaria de ser outra pessoa, de dormir ou de mudar. mudar não, apenas fugir. fugir porque esse lugar está repleto de lembranças, de pessoas que não me querem bem. são turbilhões de emoções que só me abalam e cada dia mais me desestruturam. eu não mereço isso, sei que não. as pessoas é que se tornaram más e querem me ver no chão. elas conseguem, eu estou fraca e me deixo levar. não existe pedra que me dê segurança, não existe sentimento definido no meu peito. uma hora me culpo, na outra culpo os outros. já não tenho mais razões mas ainda estou aqui. sequer te quero. tento me ocupar com a organização desse velho quarto, enquanto finjo que não tenho problemas e que o teto nunca desabou sobre minha cabeça. espero me levantar, me livrar de tudo e crescer; ficar maior que o mundo. ter de volta minhas asas e meu coração faiscando como louco. as cicatrizes eu vou ter pra sempre - eu sei - mas só vai caber a mim revivê-las ou deixar que elas simplesmente façam parte de um passado. (enquanto isso o doloroso cortejo ainda me segue.)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008


i won't wait in silence while you're stealin my happiness away.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

ervilhazinha

eu só queria saber o que eu fiz pra algumas pessoas. porque, convenhamos, nada pode ser tão gratuito assim. falam de mim pelas costas dando a entender que minha mente é uma ervilhazinha fechada pros ramones. ou então que eu sou rocker de apartamento que não fumo e bebo, não saio. vai lá, corre atrás dos meus passos, vamos ver quem viveu de verdade no final. não sei como pode haver tanta vontade de me encher o saco ou de me zoar. falar da minha vida, do que eu faço, do que eu sinto. sou tão incrível ou surpreendente assim?
é por isso que eu quero logo me livrar de umas dúzias de pessoas e sentimentos que elas me trazem/causam, porque o negócio tá foda. simplesmente chega um ponto com o qual eu não consigo mais (sobre)viver, e eu preciso ir em busca de ar puro pros meus pulmões. uma das melhores coisas que se pode sentir nesses momentos canibais, é ir para algum lugar onde tu é mais alguém na multidão; só fazendo a diferença pra gente de bem.
minha roupa não é o último grito da moda ou exemplo pra ninguém, eu simplesmente uso as coisas que me façam parecer não-tão-gorda e confortável. tudo bem que lenço palestino tá na moda, mas comprar agora que meia américa tem.... é inevitável que algumas coisas que eu visto, compro, leio ou assisto sejam hiper rotuladas - de tosco a alternativo - mas não é por causa desses rótulos que eu adquiro as tais coisas. são coisas que eu gosto e me desculpem os que adoram um status descartável. se você faz isso por notoriedade, problema seu. o teu cérebro é que vai virar ervilhazinha.
no final vamos ver quem tem realmente sangue correndo nas veias.

I've been watching while you've been coughing
I've been drinking life while you've been nauseous
and so I drink to health
while you kill yourself
and I've got just one thing that I can offer

go on and save yourself and take it out on me

I won't preach to you
but here's a caution: you better understand that I won't hold your hand
but if it helps you mend, then I won't stop it

go on and save yourself.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

and your head on the ground

eu preciso parar. sentar no chão, em posição de índio ou deitada, chorar se necessário. chegou o momento em que o futuro não é mais brilhante ou esperançoso, e sim cheio de erros previstos. os meus passos estão errados e eu não quero continuar assim. eu sento, eu choro, eu penso em tudo o que acontece e olho pra trás. parece que o o único lugar em que me sinto segura é o passado. não que eu estivesse melhor ou mais feliz, mas porque sei que tudo que eu vivi é meu. parte de mim, que nada vai levar pra longe. são fotos e textos e pessoas. as coisas não podem ir mais adiante, não haverá turning back ou salvação alguma. eu sei que o caminho anda fácil demais, mas que no final a queda é muito maior. então eu paro.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

when a relationship is broken, the pain is always the same.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

i pretend that i'm waiting you.
eu passo os dias sentada neste pequeno canto, porque daqui posso ver as pessoas indo e vindo, voltando. e você sem voltar para o nosso lugar comum, sem voltar para mim. as janelas desse lugar também proporcionam uma visão ampla de todo o espaço, dentro e fora. posso correr o risco de te ver passando pelo saguão e não posso deixar você escapar. chego de manhã cedo, naquele estado de desânimo e sono; sabendo que o dia será estressante e com uma (pequena) pontinha de esperança de te ver passar. me sento todos os dias na mesma mesinha, num canto, para não incomodar ninguém, debaixo de uma pequena luminária de luz amarelada. tomo alguns cafés ao longo do dia, para me manter acordada e aquecida. algumas pessoas que volta e meia passam por ali e me vêem sempre no mesmo lugar, param e discretamente me analisam. uma ou duas vezes estranhos pararam e pediram informações sobre as marcas, a espera e o desespero. eu digo algumas loucuras, nada que transpareça nos meus olhos. eles não questionam e se vão.
e eu continuo ali, de janela em janela, entre estranhos, esperando pelo momento em que você aparecerá. pensando nesse dia em que você caminhará pelo saguão de mármore reluzente com seus sapatos polidos. eu gritarei seu nome, lhe darei flores, tudo para te lembrar de mim e das nossas memórias. esperarei você me mostrar seu sorriso branco e de gente que é bem resolvida na vida, para então te levar para casa.
na verdade eu sei que nunca poderei te lembrar de nada, nunca te farei sorrir. por quê? porque você está longe, em uma vida tom pastel e cheia de regras. novos rostos, sentimentos e valores. sei que você jamais voltará a esse lugar. mas eu finjo que acredito na sua volta, finjo que ainda acredito em nós, porque essa é a única maneira que eu encontrei para me sentir mais perto de ti: fingir te esperar.

eu não deveria pisar em vidro.
nem deveria colocar meu coração em tamanho risco.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

pororoca

esse negócio todo de estar cercado de ninguém deu pra mim, hoje eu cheguei no meu limite. essas pessoas sem rosto me machucam de todas as maneiras possíveis, largam as armas no chão e fazem questão de mostrar as mãos sujas com o meu sangue. não dá mais esse joguinho de furar olhos, puxar tapete. quando os meus órgãos estão finalmente prontos pra outra, alguém vem e cutuca as feridas. elas não deviam mais doer, mas as coisas não são tão simples e justificáveis com meia dúzia de palavras ou um pequeno texto publicado em um blog. canções fazem de tudo uma dor mais leve na superfície, mas mais profundas dentro de mim. eu não sei pra que lado ir pra fugir de todos esses olhares que me furam o peito, toda essa gente venenosa. eu quero mesmo é ir pra são paulo, ficar naquela cidade que é suja e que eu adoro. não me importa a sujeira, o caos e toda a bagunça da qual eu já fui mais fã; lá é o lugar onde eu me sinto mais a vontade. é o chão daquela casa, o clima daquela cidade, os lugares onde eu quero estar. tudo isso é uma ilusória utopia com a qual eu adoro sonhar, achando que isso me livrará das dores. na verdade isso acontece, mas só pelo tempo eu que permaneço ocupada lá.
relendo tudo é engraçado eu estar aqui, reescrevendo lamúrias e mais lamúrias. mas no fundo talvez isso seja mais um pedacinho dessa minha grande utopia que é mudar de vida. escrever pra viver, viver pra escrever, "vivo porque escrevo, escrevo porque vivo". as coisas vão e voltam pra mim, e mesmo eu achando que estou livre de todos eu os vejo me envenenando. já me declarei curada de tudo, mas parece que sempre existe uma pequena pedrinha no meu sapato pra machucar e tirar o sono. e eu não posso ignorar isso, entenda. eu não sou daquelas que fazem o gênero foda-se (apesar de já ter tentado viver assim), e me importo até demais com cada situação. eu sei que essa coisa toda não tá certa, mas o que está? eu passo noites pensando nisso, gastando palavras pra chegar a esta conclusão. enquanto isso eu flutuo entre sonhos e desilusões, nos braços de algum carinha bonito e inteligente que me faça rir.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

e eu adoro essa parte da noite quando eu não tenho ninguém pra conversar, ninguém pra rir ou fazer companhia na hora de assistir um filme. todos estão fora, dançando, se divertindo, gargalhando e não pensando no dia de amanhã.

while my eyes go looking for...

i'm wandering round and round, nowhere to go
i'm lonely in london, london is lovely so

oh, sunday, monday, autumn pass by me
and people hurry on so peacefully
a group approaches a policeman
he seems so pleased to please them
it's good, at least, to live and i agree
he seems so pleased, at least
and it's so good to live in peace
and sunday, monday, years, and i agree

i choose no face to look at, choose no way
i just happen to be here, and it's ok
green grass, blue eyes, grey sky
god bless silent pain and happiness
i came around to say yes, and i say


while my eyes go looking for flying saucers in the sky
yes, my eyes go looking for flying saucers in the sky...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

hoje o dia tá punk. minha cabeça está confusa e nem esclarecimentos em uma poltrona de consultório médico me ajudam. as coisas que acontecem eu já não domino e o meu coração foi passear em algum lugar no qual eu não posso estar. com alguém que eu não posso ter. as canções que eu escuto me cansam e me dão sono, enquanto o que eu pareço precisar é sentir algum tipo de medo ou de necessidade. as coisas estagnaram uma vez mais e meu sangue está seco. ele parece não querer mais correr por veias despedaçadas e que precisam de descanço, ao mesmo tempo em uma necessidade de vida ameaçadora. meus sonhos estão me corroendo e eu já não sei onde posso me esconder. não há lugar ou pessoa em que eu posso estar segura ou confiar, não existe nada em que eu tenha fé, não existe mais luz e não existe amor. but i keep bleeding love - escorre aos litros, o amor.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

so, so what...
i'm still a rock star
i got my rock moves
and i don't need you
and guess what
i'm having more fun
now that we're done
i'm going to show you tonight
i'm alright, i'm just fine and you're a tool
and i don't need you tonight

i gave you life
i gave my all
you weren't fair, you let me fall

no, no, no, no
i don't want you tonight, you weren't fair, i'm going to show you tonight
i'm alright, i'm just fine and you're a tool
so, sSo what, i am a rockstar
i got my rock moves
and i don't want you tonight

envelheço

mais um ano que se passa, mais um ano sem você
já não tenho a mesma idade, envelheço na cidade
essa vida é jogo rápido para mim ou prá você
mais um ano que se passa e eu não sei o que fazer!


feliz aniversário,
envelheço na cidade.


já não tenho a mesma idade, não pertenço a ninguém

feliz aniversário - envelheço na cidade.

domingo, 28 de setembro de 2008

essa semana ele deve chegar.



sábado, 27 de setembro de 2008

grande coisa

por que você não me mandou flores no meu aniversário? você faz isso com todos, por que não pra mim também? por que você promete aquele tipo de presente que você jamais correrá atrás? ah, eu tinha me esquecido! desculpe, foi um lapso, não passava mais pela minha cabeça de que eu nunca signifiquei nada pra você. e mais uma vez eu fico pra trás, enquanto você cospe no chão repetindo teu sobrenome e entornando um martini. você não é nada além de um animal - com sobrenome e sem coração.

tanta coisa relevante
tanta situação banal
se amontoando
em meu arquivo cerebral

terça-feira, 23 de setembro de 2008

i don't know how to feel about you anymore

ontem sonhei contigo. achei que isso nunca mais aconteceria. o que me surpreende toda a vez que eu sonho contigo é a realidade com as quais as coisas acontecem. tudo é hiper real; eu sinto o teu corpo e o teu cheiro. desta vez foi assim: eu casualmente comentava com alguém sobre como nunca mais tinha te visto, e tu em aparece bem na hora. de um jeito diferente, renovado, vestindo uma camiseta branca com uma caveira do alexandre herchcovitch (sim, vi isso no sonho) preta. do mesmo jeito, altão e magrão, desengonçado e amável. (you don't know how lovely you are). eu fiquei extremamente petrificada, afinal, de ter de novo, estava totalmente fora de cogitação pra mim. você abriu os braços pra me abraçar, eu fui. queria te dar um abraço tímido, como se fôssemos amigos - e fingir que sempre havia sido daquele jeito. mas não, você me segurou contra o teu peito, me abraçou forte e por um bom tempo. como todo sonho tem alguma peça fora do lugar. neste, nós dividíamos a mesma sala de aula. você sentou onde a mi senta (e eu também já sentei) e eu estava ao lado da janela, meu lugar até semana passada. eu sentia você me olhando, mesmo estando com um comportamento do tipo "popular". de repente você saiu da sala e eu relaxei. me tornei a kalany de verdade e fiz piadas. no meio de uma, você apontou na porta e me olhou com brilho nos olhos. o sonho meio que acaba aí, mas ao acordar - e pelo resto do dia - eu só me lembrei daquele teu abraço, do teu calor e do brilho nos teus olhos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

devia parar de escrever textos bons e publicá-los em outros lugares. nem sei se ainda devo escrever.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

nossa senhora da (minha) pequena morte


ontem teve o lançamento, no estúdio sp, do livro novo da clarah, o "nossa senhora da pequena morte". o livro é o seguinte: os textos da clarah com ilustrações da eva uviedo (algo assim), que é argentina + um vinil que a clarah escolheu em sebos. tipo, o máximo!
esperei um tempão pra esse bendito livro sair, desde que ele se chamava toureando o diabo. acompanhei todos os passos da clarah pelo blog, e pirava a cada vez que ela dizia que ia sair e não saia. mas, finalmente, saiu e fiquei sabendo da notícia pelo bruno. pirei na hora, óbvio. mas como alegria de pobre dura pouco veio a facada: 170 reais. CENTO E SETENTA REAIS! opa, me enganei, não é uma facada; é um assalto à mão armada. e o pior não é preço, e sim que são só 200 exemplares. e se bem "conheço" a clarah, não haver novas tiragens. meu saco! eu não tenho dinheiro (agora. estou falida no momentos justo por causa da compra de uns livros do meu amor) e já venderam metade das edições. ou eu corro pra conseguir um (não me pergunte como) ou eu me mato. quem sabe até lá tb já morri de enfarto.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

queria ser loira, queria ser grounge, queria ter um cadillac, queria ser magrona e alta, queria ter rios de dinheiro, queria não ter medo do que as pessoas pensam, queria ser mais cara-de-pau, queria ter um sorriso mais bonito, queria ter conhecido o dee dee, queria ter visto o marky, queria andar pela paulista (naquele tipo de dia que só eu sei) de pés descalços - na verdade mais que isso: com um coração hippie, queria andar de matrô em sampa, queria um restaurante indiano-colorido-legalzão, queria camisas de flanela, queria sandálias gladiador, queria aquele garoto, queria uma vida realmente independente, queria um apartamento só meu, queria livros e livros, queria bonecos e miniaturas, queria levantar ao meio-dia e ir dormir às 3, queria não ficar doente, queria não sentir o tipo de sono que eu sinto, queria aquele garoto comigo no chelsea, queria um ipod roxo, queria um óculos mais legal, queria uma infinidade de pôsters e camisetas, queria um homem como dean - talvez como sal. no fundo acho que tudo isso foi só pra dizer que eu queria você; pra admitir isso pra mim mesma.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

chelsea morning

woke up, it was a chelsea morning, and the first thing that I heard was a song outside my window,
and the traffic wrote the words
it came a-reeling up like christmas bells, and rapping up like pipes and drums

oh, won't you stay?
we'll put on the day
and we'll wear it 'till the night comes

woke up, it was a chelsea morning, and the first thing that I saw was the sun through yellow curtains, and a rainbow on the wall
blue, red, green and gold to welcome you, crimson crystal beads to beckon

oh, won't you stay?
we'll put on the day
there's a sun show every second

now the curtain opens on a portrait of today
and the streets are paved with passersby
and pigeons fly
and papers lie
waiting to blow away

woke up, it was a chelsea morning, and the first thing that I knew: there was milk and toast and honey and a bowl of oranges, too
and the sun poured in like butterscotch and stuck to all my senses

oh, won't you stay?
we'll put on the day
and we'll talk in present tenses

when the curtain closes and the rainbow runs away,
I will bring you incense owls by night
by candlelight
by jewel-light
if only you will stay
pretty baby, won't you wake up,
it's a chelsea morning

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

essa sim!

menina maravilhosa, (bem) melhor que duffy e até mallu magalhães (que, por falar nisso, não sei que porra tá fazendo nos indicados ao vmb): gin wigmore! se alguém conseguir baixar, peço desesperadamente pra me mandar!




www.myspace.com/ginwigmore



terça-feira, 26 de agosto de 2008



"when you can stop, you don't want to
when you want to, you just can't!"

there's no turning back. 
(it's a dirty world, richie. say what you want.)

nada como ver aquele senhor de cabelos loiros descoloridos sorrindo para o público e tocando as suas músicas.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

é engraçado pensar como certos tipos de pessoas são facilmente manipuladas por rótulos e modinhas. não me refiro muito ao emo, ao punk, mas sim aos rockers e modernos. modernos entre aspas, porque eles - burros como são - nem imaginam que poetas fizeram o mesmo (e até mais e melhor) há muitos anos atrás. usar drogas para transcender, fumar e ser blasé. acho isso de uma burrice tamanha. tudo bem, faz o que tu quer, mas não acha que a revolução do século XXI está sendo feita e, por favor, não aplaudam esse tipo de atitude. não suporto mais o tipo de gente que fuma por achar que isso traz alguma maturidade ou rótulos do tipo "alternativo" e "indie" ou até mesmo "rocker". rocker, se ninguém percebeu, tem só um compromisso: com o rock 'n roll, a música. eu acho tudo isso de beber até se acabar, fumar zilhões de cigarros e beijar dois, três, uma merda. deixemos claro uma coisa: eu sou bem caretinha mesmo pra esse tipo de coisa, principalmente quando as pessoas fazem isso por fazer. se tu ficar bêbado, por exemplo, tem que ser porque bebeu muito, mas curtiu a bebida enquanto isso. tem que saber beber. não simplesmente chegar em uma festinha de 15 anos e dizer "trás mais martini" por dizer. ah, não é assim! tenho vontade de olhar bem pra essas pessoas que se acham alguém só porque estão com um cigarro na mão e dar uns tapas. desculpem-me, mas vocês não são ninguém mesmo. nem com cigarro ou garrafas nas mãos vocês aparentam alguma maturidade, ou qualquer tipo de pensamento que vá além de "é" e "aham". vocês nunca têm nada a dizer, a acrescentar ou questionar. n a d a . e isso é um saco, porque ainda tem muita gente que paga um pau desgraçado pra essas pessoazinhas. e então a gurizada toda vai lá, enche a cara e fuma até criar uma bolha no cérebro, ao invés de ler ou sei lá o que-saudável. 

por favor, salvem suas entranhas e livrem-se de tudo isso!

sábado, 23 de agosto de 2008

enquanto eu me decidia se levanta ou voltava a dormir, eu tive uma vontade enorme de saber de você. como você está, o que está fazendo, onde foi morar, o que anda sentindo. por um segundo armei um diálogo perfeito entre nós dois, um cenário, respostas e sentimentos. era um dia ensolarado, estávamos em algum lugar de porto alegre - onde eu acredito estar você. por algum motivo não enxerguei teus olhos, talvez se eu os visse saberia que tudo não passava de uma espécie de um sonho. no final eu apenas sorria, estava tudo bem. olhava pro seu rosto e via um sorriso largo com seus dentes branquinhos e o sol atrás de ti me cegando. enfim, decidi que não era a hora de me levantar. deitei, me aqueci e coloquei o chelsea hotel pra tocar.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

eu vou.




 



domingo, 17 de agosto de 2008

"eu sou uma pessoa melhor. depois de certas coisas, obrigatoriamente tu muda. nem todo mundo faz isso pra melhor, mas no meu caso eu só evoluí. independente do que eu tenho no cérebro e no coração, independente do que eu gosto ou com quem eu falo. tudo isso pode ser decisivo para colocar um ponto final em tudo, mas comigo simplesmente não. as coisas se tornaram naturais e isso já me foge ao controle. enquanto todos querem que as coisas aconteçam pra eles, o "sucesso" cai em cima de mim sem mesmo eu querer. como as coisas mudaram. eu estou melhor. eu posso ser a melhor. não são os olhos dos outros ou seus rótulos que vão me fazer cair, eu não vou mais ser assim. desenvolvi camadas, e as que realmente valem a pena e têm algo bom pra mostrar só poderão ser vistas por quem também vale a pena. as coisas que eu adquiro pelo caminho eu aprendi que eu devo guardar pra mim. e não adianta que pessoas más venham até mim com olhos atrás de lentes escuras - do óculos da moda - escondendo seu mau caráter, porque eu posso farejar esse tipo de situação há quilômetros e também sei chutar tudo isso pra longe de mim. eu sou melhor. eu sei disso."


nem acredito que eu escrevi isso.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

o pensamentosdeplock acabou mesmo. é engraçado pensar nisso, porque pra mim parece um transplante de órgãos: tudo funciona muito bem, obrigada, mas não é de origem seu. o pensamentos começou com a minha queda vertiginosa. assim como ela, era tudo muito rápido e as coisas mudavam rapidamente. cada dia pior.
um dia, indo então pra são paulo, meu maravilhoso tio me apresentou a clarah averbuck. li o vida de gato em questão de... 3 ou 4 dias. aquilo alí era exatamente o que acontecia comigo e me apaixonei pela mulher na mesma hora. durante a queda eu li todos os livros da clarah, o que me ajudou a desenvolver palavras de escarros cada dia mais sangrentas. eu já tinha começado o blog porque simplesmente não dava mais, eu estava me matando lentamente, pedaço por pedaço, sem me dar conta disso. colocava todos os meus pensamentos, minhas reclamações e o meu inferno pessoal naqueles textos. adotei o estado de droga, "vide bula". na época eu também lia o mate-me por favor, que com certeza mais que absoluta foi decisivo para expressar todos os meus sentimentos. lembro-me bem que eu mergulhei de cabeça no iggy e nos dolls. era um mundo novo abrindo as portas pra mim; um mundo onde eu me dava bem e esquecia aquilo de dor que corria pelo meu corpo. devorei o livro e pulei pro segundo com os dois pés afundados nas palavras daqueles profetas todos. marcava frases, citava um texto de patti smith no perfil do orkut. no meu blog também pipocavam textos do livro, falando dos junkies e das suas aventuras. era sangue e porrada pra todos os lados. ematomas tomavam conta, pequenas morte aconteciam diariamente comigo. arrumei alguns leitores, pequenos apoios de pessoas que eu jamais veria os olhos.
hoje, eu mantenho um blog apenas pra sobreviver. já caí, já quebrei, e hoje sou (re)feita de pedaços de tudo isso. a minha veia de textos escarrados adormeceu junto com a dor. o que sobraram foram os meus textos perdidos na internet e olheiras. além de memórias esquecidas que eu faço questão de lembrar.

"na verdade ninguém tomava drogas na factory, exceto andy, que tomava obetrols, aquelas pílulas de speed. [...] aquele era realmente seu lance. todos os outros se picavam na escada. mas só metedrina. éramos puristas." ronnie cutrone.
(me lembro de como citava a metedrina nos meus textos.)

o que tudo se tornou, pelas palavras do ron asheton: " o ponto de picos na fun house era o apartamento do meu irmão. tinha um quarto, um banheiro e era perfeito para se picar - um chão de ladrilho verde-escuro, uma grande mesa redonda e aquele tipo barato de forro acústico branco que havia nos consultórios médicos. Bem anos cinquenta. As paredes já estavam meio marrons, mas o pior era que os tijolos estavam todos manchados de sangue. E havia grandes pingos de sangue no chão e nas paredes, porque, quando você puxa uma agulha do braço depois de uma picada, fica um pouco de sangue na seringa e, para limpá-la, você esguicha. então eles esguicharam um monte nas paredes e no forro. Shhhhtick... sangue no teto, sangue nas paredes, uns bons pingos, como se você pegasse um revólver de esguicho e borrifasse água por lá. Foi assim por um bom tempo. Não estava tudo vermelho, só umas manchas marrons grandes e feias, mas muitas vezes havia material fresco e vermelho. Então pingava na mesa ou no chão, onde eles jogavam as bolas de algodão. quanta degradação."

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

charlie vestia uma camisa vermelha de flanela e um short jeans curto. sentia-se a rainha daquelas ruas. andava para cima e para baixo sorrindo para todos que passavam por ela. ela cantarola suas canções preferidas enquanto matutava sobre muitas coisas. charlie tinha conhecido alguns garotos legais, havia gostado de uns poucos e trocado olhares com muitos. 

charlie tinha um santuário em casa, seu próprio quarto, onde cultivava pôsters de algumas bandas, uma certa bagunça, alguns livros e tarecos de grande valor sentimental. era engraçado ver aquela menina tão cheia de vida ser tão desapegada com as coisas. a vida corria por aquelas veia de uma forma inexplicável. um certo dia, sem precisar de muitas explicações, charlie arrumou um namorado. pareciam realmente almas gêmeas, feitos um pro outro, conto de fadas, yaddayadda. seu namorado era um amante de jazz e de rock também, vivia em bares conversando com inúmeras pessoas e cantando todas aquelas canções nas quais ambos deliravam. de volta ao seu quarto, charlie e seu namorado deitavam-se em belos lençóis e passavam o dia aos beijos e com o cheiro de nag champa. era fácil se amar naqueles dias, as horas escorriam pelas mãos, fugindo do seu controle apenas se você quisesse. e charlie e seu amor rolavam pela cama, pelo chão, suavam em brancos lençóis e se lambuzavam de amor. apesar de toda aquela eloquência no ar, nunca tive reclamações de charlie. eles eram um casal silencioso. o sinal do seu amor queimava nos olhares trocados, no tocar de mãos, em cada beijo quente que eles não tinham vergonha de dar em público (seja em um show ou no canto escuro daquele barzinho). o namorado de charlie vivia com uma máquina fotográfica pendurada e captando tudo que era possível. eram sorrisos, noitadas, amigos, fogueiras, fogos, amores, camas, beijos. dividindo a mania, então, com charlie, ambos passaram a registrar momentos.
 charlie pôde ir da california a seattle em poucos dias, viver mais um pouco de coisas novas. em muitos lugares charlie seria apenas mais um menina encantadoramente sexy e linda e simpática, mas não em frisco. em frisco ela era a garota que andava pelas ruas sorrindo, irradiando uma luz contagiante. de camisa vermelha, cabelos e olhos escuros, tudo envolto por uma auro digna de califórnia. já não importava com quem ela andava ou com quem dormia; em quem pensava ou quem mantinha no coração. charlie já havia virado uma lenda naquelas ruas.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

tenho acentos novamente.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

amor da minha vida, daqui até a eternidade
nossos destinos foram traçados na materninade

paixão cruel, desenfreada
te trago mil rosas roubadas
para desculpar minhas mentiras, minhas mancadas

eu nunca mais vou respirar se você não me notar
eu posso até morrer de fome se você não me amar

que por você eu largo tudo
vou mendigar, roubar, matar
até as coisas mais banais
pra mim é tudo ou nunca mais

que por você eu largo tudo
carreira, dinheiro, canudo
até as coisas mais banais
pra mim é tudo ou nunca mais

exagerado,
jogado aos teus pés,
eu sou mesmo exagerado
adoro um amor inventado.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

jim morrison vivo?



http://www.mojobooks.com.br/news_tx.php?idn=111

segundo o ray, talvez sim.

sábado, 5 de julho de 2008

acordei animadíssima. levantei lá pelas 11, depois de muito me revirar na cama, cantarolando coco rosie. agora, me sinto a própria alisson vv, cantarolando "i want you to be crazy, 'cause you're boring, baby, when you're straight" pela casa toda. estou também me sentindo poderossísima, poucos sabem o porquê. meu cabelo está maravilhoso, meus anéis são divinos, meu sapato é de salto, minha roupa é de grife e a minha vida - hoje - parece um mar de rosas. a revolution is the solution, e é assim que tem que ser! os meus livros vão chegar, o sol vai aparecer pra mim, minha estante vai lotar e eu me tornarei aquela pessoa mais feliz. eu não entendo, mas as coisas estão funcionando muito bem pra mim. nem tudo, mas a maioria e o que realmente importa está. renascendo das cinzas, isso que acontece. com um coração empregnado de cinzas. já não se isso é bom ou é ruim, mas é assim que é. from ashes (to ashes?).

quarta-feira, 28 de maio de 2008



i don't mean to close the door, but for the record my heart is sore.
you blew through me like bullet holes
left stains on my sheets and stains on my soul
you left me broke down begging for change
had to catch a ride with a man who's deranged
he had your hands and my father's face
another western vampire
different time, same place.
i has dreams that brings me sadness
rain much deeper than a river
sorrow flow through me
tiny waves of shivers
corny movies make me reminisce
they break me down easy on this generic love shit
first kiss, frog and princess.


sábado, 17 de maio de 2008



sugar man, won't you hurry
'cos i'm tired of these scenes
for a blue coin won't you bring back
all those colors to my dreams.

silver magic ships you carry
jumpers, coke, sweet Mary Jane

sugar man met a false friend
on a lonely dusty road lost my heart

when i found it it had turned to dead black coal.

silver magic ships you carry
jumpers, coke, sweet Mary Jane
sugar man you're the answer
that makes my questions disappear
sugar man 'cos i'm weary of those double games i hear

sexta-feira, 9 de maio de 2008

i shot in the dark with my eyes closed
and the bullet went straight into my chest
and through my backand then into you.
and as we walked home bleeding
i held your cold wet hand trying to reach you
but you were not there.
neither was i.

yesterday never was.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

hoje meu dia foi baseado em aordar mais cedo do que o normal e arrancar um dente. eu odeio sofrer com odontologia, então eu disse pro dentista me dopar de anestesia. tirei o dente lá pelas 2 horas, e agora, entre 5 e 6, o efeito da anestesia começou a passar.




além disso, parei pra pensar que já faz uma semana que eu fui pra são paulo. não parece, realmente. a viagem pra lá me acalmou os ânimos, voltei simplesmente extasiada. andei por todas as ruas, peguei um bom sol, fui em todos os lugares. perdi o joy division e os sex pistols, mas tudo bem. o que virá pela frente é recompensador.


fui assistir o i'm not there, muito bom. confesso que esperava um pouco mais de vivacidade, mas o filme é bom de qualquer jeito. principalmente algumas tomadas.




hoje à tarde assisti "detroit rock city", filme sobre uns fãs enlouquecidos pelo kiss. entre protestos maternos e um belo porre em uma boate feminina, os caras... bom, assistam, né? :) já tinha ouvido muito uma amiga minha falar do filme, e hoje assisti no sbt (nível). adorei!



e termino este texto pedindo socorro, tomando analgésico.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

me deu vontade de escrever milhões de palavras, mas eu não quero falar da dor.
resolvi falar sobre a viagem. sabe, assuntos quase iguais.

no primeiro dia a gente saiu de são marcos, onde a gente passou o natal, e a primeira parada foi a “lanchonete ok”. sim, o nome era esse mesmo. e por sinal ela e a lojinha ao lado eram bem ok. fomos pela estrada mais longa, a do chuí, e pelo caminho fomos de jack johnson, medeleine peyroux, the clash e até devendra banhart. quando a gente finalmente chegou à aduana foi tirar uma foto do lado da placa que indicava o caminho para montevideo e de volta para o chuí. e como todo mundo tinha que aparecer nela, a gente “catou qualquer pessoa para tirar a foto”, e o mais cômico é que o fotógrafo da viagem disse “mais uma!... um passinho pra trás, por favor.” e nisso o cara quase foi atropelado! mas as desgraças estavam só começando. como a gente não sabia o que fazer – quanto a adentrar ao país, perguntamos a um policial que estava por perto. pra nossa surpresa ele era paulista e morava lá há uns 8 anos. ele nos informou que para cruzar a fronteira a gente tinha que ter o seguro carta verde, que é um seguro obrigatório para carros. só que a gente não tinha esse seguro e eram umas 6 horas da tarde! então ele, muito gentil, nos levou até um contador local onde a gente pôde fazer o seguro. enquanto ele não ficava pronto, a gente foi até a primeira praia do brasil: praia do hermenegildo (se não me engano.). resumindo: mesmo com o seguro carta verde feito, a gente tinha que passar por uma outra aduana, porque o carro estava no nome da empresa dos meus tios, e eles não tinham o contrato em mãos. então o santo fábio – este é o nome do policial – nos levou pra cruzar a fronteira em uma aduana bem mais simples, onde ele disse que éramos parentes e a gente nem teve que descer do carro. enfim no uruguai, paramos o carro para conversar com o fábio. ele aproveitou e pediu para onde íamos e se tínhamos onde ficar. não tínhamos e ele, santo homem, mais do que rápido pegou o telefone e falou com o seu josé, dono de uma pousada. sem comentários o sotaque do fábio, meu deus! mesmo com 8 anos de vida no uruguai, ele definitivamente não tinha sotaque algum! palavras como matrimonio, niño e niña – comuns no espanhol, ele falava ninho, ninha, matrimoniu, personau, essas coisas. total portunhol bagaceiro! mas enfim a gente estava no uruguai, com um quarto nos esperando em nosso primeiro destino, que era a praia punta del diablo. a praia é linda! nossa pousada era de frente pro mar e, na frente tinha uma pizzaria. comemos e fomos andar pelo “vilarejo” e ele é uma graça! as ruazinhas são poucas e são de barro – e ainda tinha chovido, há alguns barzinhos/restaurantes, uma única sorveteria, um barzinho com luzes atraentes – pouco, confesso, nenhuma lojinha que prestasse e um deck pro mar. mas o mais interessante são as cabanas, quase minúsculas, das mais alegres e variadas cores e ainda por cima de dois andares, incríveis! o quarto em que a gente ficou na pousada era demais. era pequeninho, mas confortável. ele tinha uma casa de casal, e uma escadinha que levava pro “andar” de cima, onde havia 3 camas. muito divertido, parecia sótão de casa. e o teto era todo de uma espécie de palha.
acordamos, tomamos um café da manhã ótimo, mas o dia estava um horror. a praia de ressaca, o céu cinza, pesado e riscado. mas a gente tinha de partir. seu josé nos deu a dica de ir ao cabo polônio – onde já planejávamos ir. ele disse que valia muito a pena, e que com certeza o sol iria abrir. eu não botei fé. passamos por águas dulces, las vasillas (ou seria valisas?) e paramos em cabo polônio. o tempo ainda não estava uma maravilha, mas estava mais animada. para chegar à praia tínhamos de pegar um caminhão, porque ela fica dentro de um parque ecológico. o passeio de caminhão foi mais longo do que eu imaginava e a paisagem é linda. a praia é extensa e estava muito melancólica com aquele frio. o caminhão balançava muito até que finalmente chegamos ao outro lado da praia, onde há um vilarejo. as casas são quase iguais às de punta e a praia é linda. depois de um banho, nos alojamos em um dos restaurantes e só saímos pra ir embora. pena que na hora de ir embora começou a chover, cair o maior toró! como o caminhão não era coberto a gente teve que sair correndo e se esconder da chuva em algum lugar. corremos pra um barzinho próximo, lotado até não poder mais. pudera; era aquele ou um outro único do lado. a chuva caía e as pessoas se amontoavam cada vez mais. até que o dono do caminhão enjambrou uma lona e a gente foi. o caminho foi árduo – ainda mais de pé, com um vento gelado, pingos caindo na cara e um monte de gente se apertando. enfim no destino em terra firme, a gente trocou a roupa molhada por uma sequinha e, com mais alguns quilômetros rodados de carro, a gente chegou a la pedrera. precisávamos comer, mas no caminho achamos uma lojinha muito legal, a umús, cheia de roupas legais e acessórios divertidos. a chuva mal deu trégua e recomeçou com força total, e nos refugiamos em uma confeitaria divina! com caetano ao fundo, o dono me contou que tinha nascido em minas gerais, mas foi pro uruguai muito novo ainda. entre doces maravilhosos e a chuva a cair, rumamos finalmente à capital!
quando chegamos a montevideo tivemos que procurar um hotel, e ficamos no london palace que, por acaso ou não, foi o que o fábio havia nos indicado. bem ao lado tinham três caras em um bar bebendo e ouvindo tribalistas. a cidade é linda, a rambla é ma-ra-vi-lho-sa. passamos por toda ela com um bom som nas caixas, um sol se pondo, gente linda passeando e um vento gostoso na cara, esvoaçando os cabelos. ah!, sem falar do pirocão! no hotel enfim a gente pode tomar um banho decente e, fomos jantar. estávamos na cidade velha, e bem pertinho do hotel havia as ruelas cheias de restaurantes e lojinhas. encontramos amigos dos meus tios, voltamos para o hotel e os três caras continuavam bebendo no bar ao lado, ao som dos mamonas. em pouquíssimos minutos, por pura coincidência, dei falta da minha câmera. após uma reviravolta nas malas, nos armários e até no frigobar, demos “queixa” na portaria. nos informaram de que teríamos de resolver isso com o gerente, mas só no dia seguinte. então, no outro dia, tivemos de dar queixa na polícia, fazer registro de ocorrência, yadda yadda, ou eles não iriam me ressarcir. disseram que haviam demitido um funcionário que “já havia participado de episódios suspeitos”. feito isso fomos a uma feira enorme, cheia de antiguidades. por lá até achei uns vinis legais, mas eram caros demais. fomos para colônia e no fim da tarde encontramos o giba e os guris; o pepê e o miguel. a cidade é pequena, e há duas quadras da nossa pousada temos: restaurantes incríveis, um local onde alugar carrinhos de golfe – que parecem ser a grande “atração turística” - e uma enorme “sacada’’ com vista para o rio da prata. a paisagem é linda! aqui começa (eu disse começa!) a escurecer lá pelas 9 horas e pouco, quase 10 da noite. é lindo, maravilhoso e eu amei, mas aqui é muito muito quente. na primeira noite comemos no drugstore, um restaurante mega colorido e descolado, cheio de obras de arte nas paredes e com uma cozinha toda à mostra. piadas com a mesa-carro à parte, por favor! nosso ano novo foi em um restaurante legal, numa ruazinha onde uns caras apareceram do nada com tambores e caixas de som. animou geral, alguém me puxou pro trenzinho. ainda em colônia: banho no rio – água quentinha e limpa, passeio com os tais carrinhos de golfe, restaurante horrível e caro com direito à visita de celebridades (no caso a loira do tcham), pousada com edredons maravilhosos e um ar condicionado abençoado. voltamos a montevideo e: comemos em um restaurante maravilhoso perto de pocitos, fomos em uma loja maconha-rock (mentira), piadas quanto ao balde no estacionamento, fomos ao “el fogon”, shopping com direito a zara e mundo de los juguetes, voltas na praça em uma manhã não tão solita e bar 62 com direito a burritos (experimentei e adorei).
no outro dia ao bar 62, fomos de buquebus (barco incrível, tão confortável quanto um avião, e que anda a 100 km/h) para buenos aires, onde nos hospedamos no hotel che lulu. o hotel é uma casa, com o objetivo de “aproximar” todos os hóspedes. eu e os guris ficamos no sótão do hotel, um quarto chamado “3 gueixas”. mas como alegria de pobre dura pouco... descobrimos que o 3 queixas era alugado por cama e que um novo hóspede estava chegando! como eu seria a única mulher do quarto, eu troquei de quarto com o meu tio.
como a argentina é a terra do tango tínhamos de ir a um bar de tango, claro. caminhamos uns 500 km por culpa do everton (não :/ ), e quando finalmente achamos o local: fechado! a gente ficou chateado, porque nem nos outros dias poderíamos ir ao bar (el bolicho del roberto: bar onde jovens argentinos tocam tangos clássicos/antigos), porque ele estaria fechado. comemos guacamole em algum outro lugar. no dia seguinte fomos ao la bombonera, ruas/feiras incríveis de santelmo e almoço com flan e dulce de leche no el desnivel. como estávamos saturados de “comidonas”, fomos a um singelo restaurante na hora do jantar, e eu garanto que foi um dos mais legais de toda a viagem. sentei com os guris e a gente riu mais do que nunca! no outro dia, o último em buenos aires fomos, eu e o dindo, andar pelo palermo pelas ruas em que eu teimava descobrir. fomos nas lojas mais legais, e, GRAÇAS AO EVERTÔNICO, eu/nós achamos a loja que eu tanto queria! fiz minhas "compritchas" e voltei de alma lavada ao hotel. jantamos com o rômulo e a tati no “el de jesus”, mas eu e os guris voltamos antes pra casa. e por sinal, estava passando cidade de deus com legenda em espanhol na tv. o japa, vulgo cidadão oriental fumante americano (hóspede intruso do queixas) até dialogou!
finalmente, acordamos cedo, demos tchau ao che lulu e ao giba e os guris. pegamos o buquebus de volta a montevideo, pegamos o carro e seguimos de volta ao rio grande do sul. na estranha, um problema. a gasolina ia acabar e estávamos no meio do n-a-d-a. chovia torrencialmente. depois de 40 quilômetros rodando só na reserva, achamos um posto. mas ele não podia abastecer, porque estava sem energia elétrica (!!!). rodamos mais e achamos um posto, amém. paramos em pelotas, em um hotel com uma piscina ótima e revitalizadora! no dia seguinte chegamos em são marcos.
entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

hey, garoto, tire umas férias de mim. não porque você quer mas, porque você deve. não sei mais por que trilhos andamos e aonde os benditos nos levarão e com certeza eu não quero te levar a um lugar ruim. você sabe, garoto, eu consigo atrair as coisas ruins pra mim - você não é uma delas - e não quero que você vá junto. você foi o cara que apareceu e mostrou para o quê veio, deu o seu recado. eu disse vamos com calma, garoto, mas você queimava junto com a paixão. você deu as cartas e me teve na mão o tempo todo, eu fui porque achei que seria legal chamar você de meu garoto, meu menino. mas agora nós sabemos de todas as coisas e sabemos que queremos andar juntos. eu adoraria te chamar de meu garoto e você deve desconfiar disso, só que eu te peço por favor vai embora; não vai ser bom pra nenhum dos dois você continuar aqui, vai. se você fosse eu realmente iria ficar triste e se você ficasse talvez eu me sentiria mal por te levar comigo ao fundo do poço. e sim, meu amor, eu sei que estou indo pra lá. por mais que você me ame eu sinto ainda uma tristezinha no funda da alma, uma tristezinha que com a menor dorzinha pode se transformar numa "tristezona". você foi quem me trouxe à tona, me deu umas boas pílulas pra dormir e no dia seguinte me pôs nova em folha, de pé. de certa forma você é uma ameaça pra mim - e vice-versa; só que este não é o problema maior. acho que o problema maior é o fato de gostarmos um do outro. sabe, garoto, eu gosto de você. mas eu não quero admitir, eu simplesmente não posso! depois de tudo, sabe como é... eu também não quero te afundar, por mais que você goste. it's gonna hurt and i don't wanna hurt my boy. some people will say i love the pain, but i know that he doesn't. eu sei, garoto. eu sei.

C-O-L-A

i met her in the club down in hold soho, where you drink champagne and it tastes just like cherry cola, C-O-L-A.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

eu não sei mais filosofar por sua causa, garoto. você.... (meu) garoto.
eu teria palavras de dor pra te cantar, mas você não escutaria. ou contos de uma dor pra te escrever, mas você não leria. você criou as suas feridas e remexeu no passado. i would do this for you, guy. but i can't. eu não posso, simplesmente. eu não me vejo colocando o dedo nas feridas que eu há pouco enterrei. eu levei muito, mas muito tempo pra me desvencilhar daqueles carmas antigos, eu não vou fazer isso. coloquei a 7 palmos do chão, e espero que eles só aumentem com o tempo.
eu gostaria, sabe, garoto. a dor me movia de uma forma horrível, mas movia. agora eu fico aqui, literalmente com um pé on the road e o outro em plutão. eu gostaria de ter mais um dia com você, garoto. mas eu desperdiço minhas horas frente a uma máquina, uns invertebrados e sem as mesmas músicas de antes. ah, garoto, eu gosto de você, entenda isso.


when midnight comes around she'll turn once more to sunday's clown and cry behind the door.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

eu nunca assisti laranja mecânica (clockwork orange). talvez porque o filme seja difícil de encontrar naquela maravilha que é a minha locadora, ou talvez porque eu nunca acordei e disse a mim mesma "hoje meu espírito está para ver 'laranja mecânica'".
ouvi falar muito do filme obviamente, afinal ele virou uma referência pros (em sua maioria) jovens "alternativos". só que tu só é realmente reconhecido "alternativo" se tu assistir este filme e, só pelo fato de assistí-lo, tu já és "alternativo". não sei o porquê de toda esta cúpula de seguidores do filme. eu nunca assisti e não sei se ele foi algum feito histórico ou revolucionário, mas quem sabe, quando eu assistir, eu acho tudo isso também. eu posso amá-lo ou odiá-lo.
eu só gostaria de enteder o que tem de tão bom nesse filme, o que faz com que o amem tanto assim. eu não sei absolutamente nada sobre o filme, sobre os atores e a foto que eu vou colocar aqui no fim do texto é do google. eu posso estar cuspindo pra cima, pode ser que o filme seja realemente maravilhoso. o fato é que ele é fenômeno mundial na gurizada "alternativa"; olha só: estávamos eu e meu tio saindo do malba, quando um casalzinho jovem que estava sentado por ali param de conversar e viram-se para nós. eu com uma camiseta dos ramones e ele com uma camiseta do laranja mecâninca. meu tio, detalhe, homem branco de barba espessa e escura, com 40 e poucos anos, com 'protuberância abdominal'. posso, por assim dizer, que fomos por um dia, o sonho de futuro da geração coca-cola.