sexta-feira, 31 de outubro de 2008

ervilhazinha

eu só queria saber o que eu fiz pra algumas pessoas. porque, convenhamos, nada pode ser tão gratuito assim. falam de mim pelas costas dando a entender que minha mente é uma ervilhazinha fechada pros ramones. ou então que eu sou rocker de apartamento que não fumo e bebo, não saio. vai lá, corre atrás dos meus passos, vamos ver quem viveu de verdade no final. não sei como pode haver tanta vontade de me encher o saco ou de me zoar. falar da minha vida, do que eu faço, do que eu sinto. sou tão incrível ou surpreendente assim?
é por isso que eu quero logo me livrar de umas dúzias de pessoas e sentimentos que elas me trazem/causam, porque o negócio tá foda. simplesmente chega um ponto com o qual eu não consigo mais (sobre)viver, e eu preciso ir em busca de ar puro pros meus pulmões. uma das melhores coisas que se pode sentir nesses momentos canibais, é ir para algum lugar onde tu é mais alguém na multidão; só fazendo a diferença pra gente de bem.
minha roupa não é o último grito da moda ou exemplo pra ninguém, eu simplesmente uso as coisas que me façam parecer não-tão-gorda e confortável. tudo bem que lenço palestino tá na moda, mas comprar agora que meia américa tem.... é inevitável que algumas coisas que eu visto, compro, leio ou assisto sejam hiper rotuladas - de tosco a alternativo - mas não é por causa desses rótulos que eu adquiro as tais coisas. são coisas que eu gosto e me desculpem os que adoram um status descartável. se você faz isso por notoriedade, problema seu. o teu cérebro é que vai virar ervilhazinha.
no final vamos ver quem tem realmente sangue correndo nas veias.

I've been watching while you've been coughing
I've been drinking life while you've been nauseous
and so I drink to health
while you kill yourself
and I've got just one thing that I can offer

go on and save yourself and take it out on me

I won't preach to you
but here's a caution: you better understand that I won't hold your hand
but if it helps you mend, then I won't stop it

go on and save yourself.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

and your head on the ground

eu preciso parar. sentar no chão, em posição de índio ou deitada, chorar se necessário. chegou o momento em que o futuro não é mais brilhante ou esperançoso, e sim cheio de erros previstos. os meus passos estão errados e eu não quero continuar assim. eu sento, eu choro, eu penso em tudo o que acontece e olho pra trás. parece que o o único lugar em que me sinto segura é o passado. não que eu estivesse melhor ou mais feliz, mas porque sei que tudo que eu vivi é meu. parte de mim, que nada vai levar pra longe. são fotos e textos e pessoas. as coisas não podem ir mais adiante, não haverá turning back ou salvação alguma. eu sei que o caminho anda fácil demais, mas que no final a queda é muito maior. então eu paro.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

when a relationship is broken, the pain is always the same.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

i pretend that i'm waiting you.
eu passo os dias sentada neste pequeno canto, porque daqui posso ver as pessoas indo e vindo, voltando. e você sem voltar para o nosso lugar comum, sem voltar para mim. as janelas desse lugar também proporcionam uma visão ampla de todo o espaço, dentro e fora. posso correr o risco de te ver passando pelo saguão e não posso deixar você escapar. chego de manhã cedo, naquele estado de desânimo e sono; sabendo que o dia será estressante e com uma (pequena) pontinha de esperança de te ver passar. me sento todos os dias na mesma mesinha, num canto, para não incomodar ninguém, debaixo de uma pequena luminária de luz amarelada. tomo alguns cafés ao longo do dia, para me manter acordada e aquecida. algumas pessoas que volta e meia passam por ali e me vêem sempre no mesmo lugar, param e discretamente me analisam. uma ou duas vezes estranhos pararam e pediram informações sobre as marcas, a espera e o desespero. eu digo algumas loucuras, nada que transpareça nos meus olhos. eles não questionam e se vão.
e eu continuo ali, de janela em janela, entre estranhos, esperando pelo momento em que você aparecerá. pensando nesse dia em que você caminhará pelo saguão de mármore reluzente com seus sapatos polidos. eu gritarei seu nome, lhe darei flores, tudo para te lembrar de mim e das nossas memórias. esperarei você me mostrar seu sorriso branco e de gente que é bem resolvida na vida, para então te levar para casa.
na verdade eu sei que nunca poderei te lembrar de nada, nunca te farei sorrir. por quê? porque você está longe, em uma vida tom pastel e cheia de regras. novos rostos, sentimentos e valores. sei que você jamais voltará a esse lugar. mas eu finjo que acredito na sua volta, finjo que ainda acredito em nós, porque essa é a única maneira que eu encontrei para me sentir mais perto de ti: fingir te esperar.

eu não deveria pisar em vidro.
nem deveria colocar meu coração em tamanho risco.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

pororoca

esse negócio todo de estar cercado de ninguém deu pra mim, hoje eu cheguei no meu limite. essas pessoas sem rosto me machucam de todas as maneiras possíveis, largam as armas no chão e fazem questão de mostrar as mãos sujas com o meu sangue. não dá mais esse joguinho de furar olhos, puxar tapete. quando os meus órgãos estão finalmente prontos pra outra, alguém vem e cutuca as feridas. elas não deviam mais doer, mas as coisas não são tão simples e justificáveis com meia dúzia de palavras ou um pequeno texto publicado em um blog. canções fazem de tudo uma dor mais leve na superfície, mas mais profundas dentro de mim. eu não sei pra que lado ir pra fugir de todos esses olhares que me furam o peito, toda essa gente venenosa. eu quero mesmo é ir pra são paulo, ficar naquela cidade que é suja e que eu adoro. não me importa a sujeira, o caos e toda a bagunça da qual eu já fui mais fã; lá é o lugar onde eu me sinto mais a vontade. é o chão daquela casa, o clima daquela cidade, os lugares onde eu quero estar. tudo isso é uma ilusória utopia com a qual eu adoro sonhar, achando que isso me livrará das dores. na verdade isso acontece, mas só pelo tempo eu que permaneço ocupada lá.
relendo tudo é engraçado eu estar aqui, reescrevendo lamúrias e mais lamúrias. mas no fundo talvez isso seja mais um pedacinho dessa minha grande utopia que é mudar de vida. escrever pra viver, viver pra escrever, "vivo porque escrevo, escrevo porque vivo". as coisas vão e voltam pra mim, e mesmo eu achando que estou livre de todos eu os vejo me envenenando. já me declarei curada de tudo, mas parece que sempre existe uma pequena pedrinha no meu sapato pra machucar e tirar o sono. e eu não posso ignorar isso, entenda. eu não sou daquelas que fazem o gênero foda-se (apesar de já ter tentado viver assim), e me importo até demais com cada situação. eu sei que essa coisa toda não tá certa, mas o que está? eu passo noites pensando nisso, gastando palavras pra chegar a esta conclusão. enquanto isso eu flutuo entre sonhos e desilusões, nos braços de algum carinha bonito e inteligente que me faça rir.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

e eu adoro essa parte da noite quando eu não tenho ninguém pra conversar, ninguém pra rir ou fazer companhia na hora de assistir um filme. todos estão fora, dançando, se divertindo, gargalhando e não pensando no dia de amanhã.

while my eyes go looking for...

i'm wandering round and round, nowhere to go
i'm lonely in london, london is lovely so

oh, sunday, monday, autumn pass by me
and people hurry on so peacefully
a group approaches a policeman
he seems so pleased to please them
it's good, at least, to live and i agree
he seems so pleased, at least
and it's so good to live in peace
and sunday, monday, years, and i agree

i choose no face to look at, choose no way
i just happen to be here, and it's ok
green grass, blue eyes, grey sky
god bless silent pain and happiness
i came around to say yes, and i say


while my eyes go looking for flying saucers in the sky
yes, my eyes go looking for flying saucers in the sky...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

hoje o dia tá punk. minha cabeça está confusa e nem esclarecimentos em uma poltrona de consultório médico me ajudam. as coisas que acontecem eu já não domino e o meu coração foi passear em algum lugar no qual eu não posso estar. com alguém que eu não posso ter. as canções que eu escuto me cansam e me dão sono, enquanto o que eu pareço precisar é sentir algum tipo de medo ou de necessidade. as coisas estagnaram uma vez mais e meu sangue está seco. ele parece não querer mais correr por veias despedaçadas e que precisam de descanço, ao mesmo tempo em uma necessidade de vida ameaçadora. meus sonhos estão me corroendo e eu já não sei onde posso me esconder. não há lugar ou pessoa em que eu posso estar segura ou confiar, não existe nada em que eu tenha fé, não existe mais luz e não existe amor. but i keep bleeding love - escorre aos litros, o amor.