terça-feira, 30 de outubro de 2007

o mundo exige de mim.o mundo todo, de todos os lados me exige uma responsabilidade do tamanho do umbigo do mundo.o mundo todo está exigindo de mim maturidade. maturidade pra passar por cima de tudo, pra tomar as rédeas da minha vida, pra erguer a cabeça e olhar adiante. mas eu simplesmesmente não sou capaz disso. não posso! minha natureza não é essa toda auto heróica, não, e eu não vou me afundar mais nessa lama tentando fingir o que eu não sou.
me desculpe amiga se eu não sou assim. me desculpe família por não corresponder as suas expectativas.


eu antes de tudo preciso de uma auto salvação.depois eu vou atrás de você e das mudanças e dos pesares e quem sabe da nossa história.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

meu amor, apaga a luz fecha a cortina
vem fazer tudo que você imagina
só assim o céu nao vai ficar tão cinza
se quer saber quem eu sou
é só você lembrar
que é tão bom te ter bem perto todo tempo
e ficar ao teu lado desse jeito
e só assim você dá fim ao meu tormento
se quer saber quem eu sou
é só você lembrar
que é amor o beijo que não tem saída
que me da raiva essa vontade tão dividida
de sumir ou entrar de vez na tua vida
e é só você lembrar, é só você lembrar
meu amor, apaga a luz fecha a cortina
vem fazer tudo que você imagina
só assim o céu nao vai ficar tão cinza
se quer saber quem eu sou
é só você lembrar
que é amor o beijo que não tem saída
que me dá raiva essa vontade tão dividida
de sumir ou entrar de vez na tua vida
é amor o beijo que não tem saída
é amor o beijo que não tem saída
é amor, é amor o beijo que não tem saída

vida cotidiana

à uma você fuma e às duas vai pras ruas
e às três telefona pra Inês
"alô? benzinho? vem correndo que eu guardo uma surpresa pra você"

às quatro você faz cena de teatro
às cinco fecha a porta com o trinco
e à seis o problema é de vocês
"eu te falei pra você não falar nada pra ele nem pra ela, agora o problema é todo seu. resolve, resolve, quero vê!"

às sete você vira um travesti, vedete
às oito você fica um xuxu, biscoito
às nove você ama e se comove
às dez, eu te faço cafuné com os pés

às onze você faz cara de pau, olhos de bronze
e às doze você faz aquela pose

você quer uma rosa ou uma rose?
eu vou imitar um avião!

voam para o oriente todas as pombras
voam e se deitam no poente
todas as pombas

...

sábado, 20 de outubro de 2007

verdade clandestina

nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia. o medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia. então erguemos muros que nos dão a garantia de que morreremos cheios de uma vida tão vazia. nas grandes cidades de um país tão violento os muros e as grades nos protegem de quase tudo. mas o quase tudo quase sempre é quase nada. e nada nos protege de uma vida sem sentido.

um dia super, uma noite super, uma vida superficial. entre as cobras, entre as sobras da nossa escassez. um dia super, uma noite super, uma vida superficial. entre sombras, entre escombros da nossa solidez. nas grandes cidades de um país tão surreal os muros e as grades nos protegem de nosso próprio mal. levamos uma vida que não nos leva a nada. levamos muito tempo pra descobrir que não é por aí... não é por nada não. não, não pode ser... é claro que não é, será?

meninos de rua, delírios de ruínas. violência nua e crua, verdade clandestina.
delírios de ruína, delitos e delícias. a violência travestida faz seu trottoir. em armas de brinquedo, medo de brincar; em anúncios luminosos, lâminas de barbear (solidez). viver assim é um absurdo como outro qualquer, como tentar o suicídio ou amar uma mulher. viver assim é um absurdo como outro qualquer como lutar pelo poder
lutar como puder.

às vezes...

às vezes parece que eu não tenho medo, às vezes parece que eu não tenho dúvidas. às vezes parece que eu não tenho..... nenhuma razão pra chorar.
você esquece que eu não sou de ferro (até o ferro pode enferrujar), você esquece que eu não sou de aço. e faço questão de provar: "olhe pra mim.... enquanto eu me quebro".

às vezes parece que eu tenho muito medo, às vezes parece que eu só tenho dúvidas. às vezes parece que eu não tenho..... nenhuma chance de escapar. acontece que eu não nasci ontem (até hoje sempre escapei com vida). pra quem duvida de tudo que eu faço eu faço questão de provar: "olhe pra mim.. enquanto... desapareço no ar".

não queira estar no meu lugar, não queira estar em lugar nenhum. às vezes tudo muda e continua tudo no mesmo lugar. não queira estar no meu lugar, não queira estar em lugar nenhum (UM LUGAR COMUM).

às vezes uma prece ajuda, às vezes nem adiante rezar.
já desisti de ser uma pessoa só, já desisti de ser uma multidão. já não ponho todas as fichas na mesa. agora... jogo algumas no chão, jogo algumas no chão.
às vezes tudo, às vezes nada, às vezes tudo ou nada, às vezes 50%. às vezes a todo momento, às vezes nunca. como tudo na vida, não é sempre.
às vezes de bem com a vida, às vezes de mau humor. às vezes sem saída, às vezes seja onde for. não é sempre, não é sempre. como tudo na vida... nunca é sempre.

a vida é uma viagem
passagem só de ida
há quem diga que não vale

há quem mate pra viver
a vida é uma viagem
bebida sem gelo
engolida às pressas
às vésperas da sede

este sou eu, parado na esquina.
a mesma esquina em outra canção (o barulho termina, começa a canção).
é a verdade, a-ver-a-cidade, alguma coisa acontece no meu coração. estas são elas: tuas meninas, (nordestinas, erundinas) tua mais completa contradição. esta são paulo são tantas cidades, nunca tantas quantas gostaria de ser.
ouvindo sampa no walkman (vidro, concreto e metal), ouvindo sampa no walkman, duvido de qualquer cartão postal.

este sou eu, parado na esquina. a-ver-a-cidade, ouvindo a canção. deuses da chuva, demônios da garoa, garotas propaganda além dos outdoors. FIESP, favelas, ouro & ferro velho. surfista ferroviário (o contrário do contrário do contrário do...)

esta são paulo são tantas cidades, nessas cidades eu vejo a canção.
ouvindo sampa no walkman, samples de sons audiovisuais.
ouvindo sampa no walkman, a ponte aérea, no metrô.

ouvindo sampa no walkman a walk on the wild side.
este sou eu
na esquina, de novo.
tudo é tão novo quanto esta canção?
será que alguém presta atenção?

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

quase

eu só queria me sentir um pouco mais aliviada de tanta dor.
em poucos minutos na imagem de verdade no bar eu vi morrer o amor.
e agora pedir um beijo quase não dói,
pedir carinho não doi
e te implorar de novo quase não dói.
te ouvir dizer que já não me quer, que eu sou mais uma mulher e que prefere ela quase não dói...

não dói
não dói

eu só queria me sentir um pouco mais acostumada sem seu calor.
meu coração bem que podia perdoar, mas ele não perdoou.
e agora levar um soco quase não dói.
quebrar os dentes não dói,
ter que levantar quase não dói

te ver fugindo quase não dói
te ver saindo não dói
e te pedir pra ficar mais um pouco quase não dói.

te ver saindo quase não dói
te ver fugindo de não dói
e me humilhar de novo quase não dói.

pedir carinho, ficar sozinha, te vendo fugir, chorar no cantinho,
quase não dói.