sábado, 20 de outubro de 2007

verdade clandestina

nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia. o medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia. então erguemos muros que nos dão a garantia de que morreremos cheios de uma vida tão vazia. nas grandes cidades de um país tão violento os muros e as grades nos protegem de quase tudo. mas o quase tudo quase sempre é quase nada. e nada nos protege de uma vida sem sentido.

um dia super, uma noite super, uma vida superficial. entre as cobras, entre as sobras da nossa escassez. um dia super, uma noite super, uma vida superficial. entre sombras, entre escombros da nossa solidez. nas grandes cidades de um país tão surreal os muros e as grades nos protegem de nosso próprio mal. levamos uma vida que não nos leva a nada. levamos muito tempo pra descobrir que não é por aí... não é por nada não. não, não pode ser... é claro que não é, será?

meninos de rua, delírios de ruínas. violência nua e crua, verdade clandestina.
delírios de ruína, delitos e delícias. a violência travestida faz seu trottoir. em armas de brinquedo, medo de brincar; em anúncios luminosos, lâminas de barbear (solidez). viver assim é um absurdo como outro qualquer, como tentar o suicídio ou amar uma mulher. viver assim é um absurdo como outro qualquer como lutar pelo poder
lutar como puder.

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